Neste mês de abril, a Associação Brasileira de Ortopedia Técnica (Abotec) encabeça a campanha Abril Laranja, com o objetivo de destacar a importância da disseminação de informação sobre a prevenção da amputação de membros e a reabilitação dos pacientes. No Piauí, a Oficina Ortopédica que funciona dentro do Centro Integrado de Reabilitação (Ceir) é referência no atendimento e na concessão de próteses para proporcionar melhor qualidade de vida às pessoas que tiveram de passar pela amputação.
O Ceir é um projeto do Governo do Piauí, por meio da Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi), que tem a administração da Associação Reabilitar. Até março deste ano, a Oficina Ortopédica do Ceir entregou 83 próteses e em todo o ano de 2022 foram quase 400 equipamentos fornecidos a quem teve de amputar um membro. Além de fabricar e fornecer os equipamentos, os pacientes também têm acesso, no próprio Ceir, às consultas e exames, bem como ao tratamento de reabilitação, de modo que todos os serviços são custeados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A estudante do curso de Enfermagem da Universidade Federal do Piauí, Isabel Nascimento, de 24 anos, é uma das beneficiadas com esse serviço. Ela teve de amputar parte das pernas quando era criança, devido às sequelas de uma catapora. Recentemente foi buscar o seu quinto par de próteses fornecidas pela Oficina Ortopédica do Ceir, onde faz acompanhamento há 10 anos.
“Acredito que é bem mais fácil para mim, comparado a quem não faz uso das próteses, pois ainda existem muitos obstáculos na rua. No ônibus, por exemplo, não preciso usar a estação elevatória para cadeira de rodas, posso entrar pela porta comum. Consigo andar de moto e ter mais autonomia no meu dia a dia”, acrescenta Isabel.
O médico ortopedista do Ceir, Levi Louchard, explica que a amputação não pode ser considerada como uma falha no tratamento do paciente, pois ela é também um procedimento terapêutico, principalmente quando se opta pela vida do paciente nos casos graves, como de traumas. “Sobre o Abril Laranja, o nosso objetivo é somar forças e mostrar à sociedade a informação de que existem maneiras de se evitar a perda de membros e, que mesmo evoluindo para a terapêutica de amputação, as pessoas amputadas podem ressignificar as suas vidas e buscar uma melhor qualidade de vida, por meio da reabilitação”, finaliza Levi Louchard.